maurício araujo

Contrapartidas representam investimentos de R$ 4,3 milhões

Maurício Araujo

Em 2018, o Plano Diretor de Desenvolvimento Territorial de Santa Maria foi alterado, o que permitiu o direcionamento de medidas compensatórias feitas pelas empresas diretamente a investimentos em urbanização de áreas públicas e equipamentos do município. O recurso destinado equivale ao valor de mercado de um terreno a ser doado ao município, com área equivalente a 10% ou 5% da área total do empreendimento, dependendo da modalidade de parcelamento (loteamento, condomínio fechado de lote, condomínio horizontal ou vertical de edificações, desmembramentos, remembramentos, por exemplo).

VÍDEO: Cemitério Ecumênico segue fechado há mais de dois anos e sem previsão de abertura

Como o município não tem interesse em receber terrenos ou áreas como contrapartidas, apostou-se neste novo modelo, no qual as empresas ficam responsáveis por obras públicas de interesse da comunidade. Até o momento, a prefeitura tem pelo menos dois resultados: um positivo e outro nem tanto.

OS RESULTADOS

Deu certo o acordo para a construção das capelas velatórias municipais, finalizada em 2021. Foi feito um termo de compromisso com a construtora BK, que investiu cerca de R$ 500 mil para a execução da área externa (a contrapartida da empresa é de R$ 960 mil. O restante do recurso está aberto para definição do destino). A construção das capelas também foi possível devido à doação de cerca de R$ 1 milhão do Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. O Cemitério Ecumênico Municipal também recebeu investimento de contrapartidas no valor de R$ 225 mil, destinados pela Construtora Casa Nova.

Último dia da Calourada Segura reúne 4,8 mil pessoas na Praça Saturnino de Brito

No entanto, outra obra começou na mesma circunstância: o Calçadão Salvador Isaia. A revitalização do espaço, inclusive, foi o primeiro termo de compromisso feito pela prefeitura a uma empresa utilizando o modelo. E, não deu certo... A obra já recebeu contrapartidas de R$ 525 mil da empresa De Marco e R$ 695 mil da empresa Urbanes Empreendimentos. Mesmo assim, devido a problemas na construção, a prefeitura teve que entrar na jogada, e, agora, terá que aportar quase R$ 4 milhões de recursos públicos para concluir o Calçadão. Todas essas questões, obviamente, impactaram no andamento da obra, que tem previsão de ser concluída só em maio de 2023, mais de três anos após o começo da reforma, e se tudo der certo conforme o planejado.

CONTINUIDADE

A prefeitura seguirá apostando no modelo. Estão previstas contrapartidas de empresas para novos empreendimentos em áreas públicas. Dentre elas, está a revitalização da Praça Saldanha Marinho. O recurso de R$ 1,2 milhão será aportado pela Construtora Jobim. Também será reformada a estrutura da Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide, orçada em cerca de R$ 700 mil. O recurso é contrapartida de três empreendedores.

Os investimentos já aportados (Calçadão, capelas e cemitério) representam, juntos, investimentos de R$ 2,4 milhões. Assim que feitas e concluídas as obras na Saldanha Marinho e na Biblioteca Pública, as contrapartidas ao município representarão R$ 4,3 milhões no total.

O MODELO

O procurador-geral do município, Guilherme Cortez, avalia como positivo esse novo formato. Para ele, dessa forma, a administração Jorge Pozzobom (PSDB) está solucionando problemas históricos da cidade. Ele reconhece que é preciso melhorias, como na fiscalização constante dos termos firmados, o que impediria situações como no Calçadão. Mesmo assim, segundo Cortez, o modelo adotado beneficia a prefeitura e os empreendedores, tornando-se uma alternativa para contribuir com Santa Maria.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Proposta de mudança na Lei Kiss será votada nesta terça-feira na Assembleia Legislativa

Próximo

Em ritmo de campanha, Bolsonaro e Mourão participam de inaugurações no Estado

Política